Lembra-te de que ninguém avança sem companhia. Toda obra pede auxílio e cooperação.
A árvore protege a fonte, tanto quanto a fonte alimenta a árvore.
O
pão que extingue a fome é filho da compaixão do solo que nutriu a
semente, da renúncia da semente que germinou para o sol e da força do
sol que amparou a terra obscura e sustentou a semente frágil.
Assim
também, vida afora, nas empresas que o mundo te conferiu, não
prescindirás de braços amigos que te estendam socorro e fraternidade.
Todavia,
não basta exponhas a outrem as necessidades que te afligem, nem vale te
desmandes na queixa, encarecendo perante alheios ouvidos a angústia de
teus problemas, a fim de que a verdadeira amizade se te revele,
eficiente e prestigiosa.
Indispensável saibas abrir as portas dos corações para que te não falte concurso às construções da existência.
Corações
que, muitas vezes, jazem trancados na avareza, afogados no vinagre da
aflição ou deprimidos nos espinheiros do sofrimento.
Corações
que padecem a flagelação do egoísmo, a paralisia do orgulho, o desvario
da vaidade, a chaga da ignorância e o assalto do desalento.
Não
te impressione, porém, a seara da treva em que se mergulham. Quase
todos esperam apenas a chave de luz que lhes descerre a passagem da
noite para o dia, para a luz da libertação.
Avizinha-te
deles com ternura e bondade, sem agravar-lhes a dor. Desvenda-lhes o
próprio ser, em forma de compreensão e serviço e todos virão ao teu
encontro, sustentando-te os passos na tarefa a que te impuseste na vida,
porque, em verdade é da lei do Senhor que alma alguma resista ao toque
da humildade com a chave da gentileza.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Linha duzentos
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